2011 - O ANO DA MULTIPLICAÇÃO!

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SOBRE A IGREJA

Somos uma igreja alegre e acolhedora e estamos prontos a receber você.


Nossas atividades regulares:

CULTOS: domingo: Culto de louvor e adoração - 19h
terça-feira: Culto de estudo bíblico e oração - 19h30
sexta-feira: Culto de cura e libertação - 19h30

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: 9h

ATENDIMENTO PASTORAL: terça-feira - de 15 às 19h ou agendar pelo telefone: 8636.1654

NOSSO ENDEREÇO: Rua Lagedo, 84
Bairro São Gabriel - ônibus 3503


Terezinha de Lisieux - pastora titular
José Procópio de Paula - evangelista
Mário - responsável pelo culto de sexta-feira

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

PÃO NOVO lisieux - Dona, tem pão velho? Eu, ainda bocejando, baixei os olhos pra poder encarar o menino, de uns oito, nove anos, olhos vivos, descalço e com um cabelo loiro escuro cacheado e sujo... - Tenho não, garoto – respondi, apenas pra que ele fosse embora logo e eu pudesse voltar pro aconchego de minha cama. - E roupa que seu filho não usa mais, tem? - Meus filhos já são grandes – suspirei... as roupas deles não serviriam em você. - Então me dê um copo de leite... leite tem? - Não, não tenho... respondi, já um tanto impaciente. Mas o garotinho não desistiu. - Um copo d’água... pronto! Isso tem que ter! Me dá um copo d’água? Cansada e louca pra me ver livre do garotinho, respondi, já com uma ponta de rispidez. - Não, não tem! A água acabou, justo hoje! O garotinho, com um jeitinho irônico, olhou pra mim firmemente e disse: - Ô dona! Intão vem pedi cum eu! Espantada com a pronta resposta do garoto, e com o ar de galhofa dele, estourei numa gargalhada. Abaixando-me, olhei nos olhos do garoto e perguntei: - Você não tem família? Deveria estar em casa a uma hora dessas. Ainda está escuro. Passavam dez minutos das seis horas, horário de verão, e o sol ainda não tinha dado as caras. Além do mais a manhã estava abafada e com o céu nublado... Decerto, choveria mais tarde... - Tenho casa sim, dona... e é looonge! - E o que você está fazendo aqui, tão longe? - Minha mãe não tem comida em casa. Então, tenho que sair andando e pedir. - E o seu pai? - Meu pai foi embora e deixou nóis tudo sozinho. - Não vai à escola? - Vô não... não temos dinheiro pra comprar caderno. Prestando atenção no olhar do garoto, consegui enxergar a tristeza, o abandono, a falta de amor. - E você fica todos os dias na rua? - Fico sim, dona... se não pedir comida, fico com fome. E ainda tenho que conseguir alguma coisa pros meus irmão menor... Tem um que é bebê ainda, por isso pedi o leite. Ia virar aqui e levar, olhe... E tirou de uma sacolinha uma garrafa de refrigerante vazia, com um bico já gasto na ponta. Abaixei-me e passei a mão na cabeça do garoto... ele sorriu... - Vou buscar o pão, espere um pouco. Serve pão novo? – Meu marido tinha deixado o pacote da padaria em cima da bancada da cozinha, antes de sair. E sorri também para ele. Alargando o sorriso, o garoto disse: - Precisa não, dona... a senhora já conversou comigo! Ninguém pára pra conversar comigo. A resposta do menino mexeu comigo. - Vou buscar um lanche, mesmo assim – falei – E, enquanto caminhava até à cozinha, pra fazer um café reforçado pro garoto, pensei em como uma simples conversa pode fazer diferença na vida de alguém. Aquele menino tinha fome e precisava de tantas coisas básicas, como leite para o irmão, uma camisa pra substituir a rasgada e suja que usava...Precisava de pão e de carinho... mas ele se contentou com uma conversa! Com a atenção de alguém que, mesmo de má vontade a princípio, parou para escutar o que ele tinha a dizer. Alguém que se abaixou para olhar diretamente nos seus olhos e que lhe fez um ligeiro afago nos cabelos. Como um raio, absorvi toda a solidão e tristeza daquela criança; a falta de amor e de aconchego, a falta de abraço e de carinho. Aquela criança não tinha boa alimentação, não tinha brinquedos, não tinha livros e cadernos, não tinha roupa adequada para a estação. Não tinha pai, a mãe não marcava presença e ainda se julgava responsável pelos irmãos menores. Não tinha sonhos, não tinha alegria. E uma simples palavra amiga encheu de luz a sua manhã, fez brilhar os seus olhinhos castanhos, muito claros e colocou um sorriso nos seus lábios. Como doeu, amados, aquela resposta: “Precisa trazer mais não... a senhora já falou comigo!” Que mágico condão tem a palavra! Que poder maravilhoso tem o gesto amigo. Que faculdade de mudar uma situação tem o ouvir com amor! Hoje ainda tocam em minha casa, de vez em quando, para pedir pão velho. E eu continuo não gostando de atender, tendo preguiça de preparar uma refeição, principalmente se for de manhã, porque gosto de dormir e de acordar tarde. Mas aprendi com aquela criança, a espantar a preguiça e má vontade e a repartir o pão. Não só o pão dormido com café ou leite, mas o pão novo. Não o pão quentinho da padaria, mas o pão novo da Palavra que transforma e anima. O Pão Vivo partilhado em pequenos diálogos, o Pão que alimenta através de gestos simples e afetuosos, de olhares de compaixão, de acolhimento e amor. E esse pão, amados, jamais fica velho, porque ele se renova a cada manhã; porque ele é, a cada dia, posto a assar na fornalha amorosa do coração de todos os que creem n’Aquele que é o Pão Vivo que desceu do céu; n’Aquele que disse: “EU SOU O PÃO DA VIDA. O que crê em mim, jamais terá fome”. É isto, amados. Aprendi a repartir, sempre, Jesus Cristo: o Pão da Vida!

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