O AMOR É ETERNO ENQUANTO DURA?

(Palavra pastoral de junho de 2009)
O AMOR É ETERNO ENQUANTO DURA?
Tem uma propaganda de cerveja na televisão em que o noivo promete no altar que só vai ser fiel se a noiva for gostosa sempre, como a cerveja que ele toma. O comercial até pode ser engraçado mas lembra uma triste realidade nestes tempos de relacionamentos descartáveis. Qual é mesmo o tempo de validade de um namoro?
Conforme outra propaganda na televisão, não dura mais que um ano. Neste comercial Débora Secco está comprando um celular, e, na promoção, pode levar outro para o seu namorado e os dois falarem por um ano com preço reduzido. Mas a atriz se espanta com a proposta de ficar um ano com o mesmo cara.
Houve tempo em que o namoro durava mais, tudo na intenção de um possível casamento. Encontros na casa da moça até certo horário, diálogos na sala ou no portão da casa, abraços e beijos limitados. Hoje, este tipo de relação é motivo de piada. Namoro hoje é ficar. Na verdade estamos sendo vítimas de uma propaganda enganosa e maldosa, que
tenta vender a idéia de que feliz é aquele que experimenta e troca. Será?
Vinícius de Moraes no poema Soneto da Fidelidade, falando sobre o amor, diz uma grande besteira: "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Mas que conversa é esta? O amor é eterno enquanto dura? É aceitável pensarmos: “vamos ficar juntos enquanto estiver legal, enquanto houver emoção e, quando acabar o amor, cada um siga o seu caminho”?
Melhor mesmo é ouvir o poema do apóstolo, que nos fala do amor que uma relação deve ter: “O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor nunca desanima, mas suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno” (1 Co 13.4-8).
É claro que o nosso amor está longe de ser tudo isto. Mas a gente pode chegar lá. Caso contrário, Paulo também não escreveria: “marido, ame a sua mulher assim como Cristo
amou a igreja e deu a sua vida por ela” (Efésios 5.25). O segredo deste amor é o próprio Cristo.
Então, o dia dos namorados, apesar da propaganda, pode ser mais que um dia, um mês, um ano, ou enquanto durar. Dia dos namorados pode ser todos os dias “até que a morte separe”.
Sua pastora e amiga,
Terezinha de Lisieux