terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
UM FATO REAL
Dois garotos bateram à porta de uma casa e pediram o que comer. A dona da casa entrou e voltou com uma latinha transbordando de leite, que era só o que ela tinha pra dar no momento.
Parei do outro lado da rua e vi quando os garotos agradeceram e se sentaram no meio-fio para beber o leite. O maior, de cerca de 10 anos, molhou os lábios e passou a lata para o mais novo, que aparentava uns 5 anos.
- Agora você.
O menor tomou um grande gole, satisfeito.
- Agora eu - disse o mais velho... e apenas encostou os lábios, devolvendo a lata ao pequerrucho.
- Agora você...
E, depois de uns cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgota o leite todo...ele sozinho, porque o maior, de todas as vezes que levava a lata à boca, apenas fingia que bebia.
Esse "agora você", "agora eu" encheram-me os olhos de lágrimas ...
E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite vazia. Estava radiante! O estômago continuava vazio, mas o coração trasbordava de alegria. Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância.
Daquele moleque nós podemos aprender a grande lição: "há mais alegria em dar do que em receber".
É assim...que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal descrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que nós lhe prestamos.
Colaboração de: Caroline Galvão
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